sábado, 10 de março de 2007

Internet e Childe Roland

Hahahaha.
Que época louca que eu fui resolver nascer.
A era de sei lá o que!
Alguns anos depois das minhas primas mais velhas.
Alguns anos antes do meu irmão e dos meus primos mais novos.
E se eu tivesse nascido na época de qualquer um destes, teria sido tão diferente.
Minhas primas não usam internet como eu.
Já tinham outras coisas em que gastar seu tempo quando ela surgiu.
Meus priminhos e meu irmão já são diferentes.
Nasceram usando a internet.
E parece que não tem nenhuma outra coisa útil em que gastar o tempo.
Eu nasci no meio disso.
Minha turma do colégio, quando eu tinha 7 anos, foi a primeira turma de 7 anos de idade do colégio a ter aula de informática.
E mal sabia eu acabaria me apaixonando por aquela coisa antipática e emburrada.
Sim, é uma paixão.
Eu gastei um ano da minha vida estudando entre homens-animais para poder garantir o resto da minha vida ao lado de um computador.
Tem prova de amor maior?
Eu passo mais tempo olhando pras 15 polegadas do meu monitor do que pras 29 da TV.
Mas a TV não importa.
Nada mais importa.
O amor é cego, não é?
Mas o ruim disso são os ciúmes.
Eu me acostumei mal a nunca ouvir alguém falar de algo voltado à internet fora da internet.
Para mim isso era coisa de geek, ou pior.
E agora é gente pedindo o MSN de um, o Orkut do outro.
Quando eu fiz meu primeiro e-mail, no MailBR, há 9 anos, eu jamais imaginava que um dia alguém iria conhecer você e depois pedir seu e-mail.
Meu Deus!
E acredita que eu nem ia postar sobre isso?
Mas deu vontade de fazer essas coisas.
Hahahaha.

Mudando de assunto, achei um texto curto e muito interessante na internet hoje. Preciso que leiam:

"O mercado de internet anda uma bosta mesmo. Dia desses eu tava indo pro trabalho e um desses carinhas que distribuem folhetos de mãe de santo me deu um papel. Era um desenho retangular, todo colorido. Perguntei pro cara o que era aquilo e ele me respondeu:

- É um banner.

Nesse papel vinha escrito: "Se quiser clicar no banner, olhe pra direita". Olhei então pra direita e vi um sujeito carregando uma cartolina. Tinha um desenho de site nela. O cara gritava: "Dábliu, dábliu, dábliu, olha o portal dos jovens! É a interneta!". Cheguei perto dele e o sujeito falou comigo:

- Escolhe uma seção aí.
- Hum... me vê "novidades".

O carinha foi e trocou a cartolina. Trouxe uma nova, com uns textos escritos à mão. Não dava pra ler nada. Decidi então mudar de seção.

- Quero ir pro "bate-papo".
- Ok, me acompanhe.

O sujeito largou a cartolina e entrou num carro. A gente dirigiu durante quase duas horas. Chegamos a esse prédio comercial abandonado, em algum subúrbio do Rio. Subimos a escada e ele abriu a porta de uma sala, onde várias pessoas estavam sentadas numa mesa. O sujeito gritou:

- Pedro entra no bate-papo!

Ele então me empurra lá pra dentro e eu procuro uma cadeira pra sentar. É um lugar estranho. As pessoas conversam umas com as outras sem se olhar. Um cara estava em um canto, virado pra parede e ficava falando sozinho:

- Alguma gatinha quer tc?

Nisso uma mulher veio falar comigo. Ela estava sentada atrás de mim, mas ficava olhando pro vazio. A garota me disse:

- :-)

Eu não entendi, mas ela insistiu.

- Quer tc?
- Sim.
- Como você é?
- I'm big, I'm black and I sing the blues.
- Uau! Quer ver uma foto minha com os peitinhos de fora?
- Sim! Lógico!

E quando ela ia me entregando a foto, o sujeito da cartolina abriu a porta com um esporro. Me puxou da cadeira, me jogou dentro do carro e dirigiu de volta pra onde eu tinha encontrado ele. Quando cheguei lá perguntei o que houve. O cara então me respondeu:

- Sua conexão caiu."

Achei hilário. É de autoria de Pedro Ivo. Esse cara tem um blog e para ver o blog dele é só clicar aqui. Mudando de assunto, com vocês, mais um trecho do poema. Já me arrependi de mostrar ele por partes mas enfim. Quem é que não tem alguns arrependimentos de vez em quando.

X
Assim, fui adiante. E creio nunca ter visto
Natureza tão miserável e ignóbil, onde nada medra:
Pois as flores - ou mesmo um cedro entre a pedra,
Embora murchando como pela sua lei previsto,
Mesmo no abandono perduram, pensaria você;
Descobrem-se tesouros quando a casca quebra.

XI
Mas não! Penúria, feiúra, inércia
Em condição estranha está essa parte da terra
"Veja, ou feche os olhos", a Natureza berra
"Não há escapatória: ela é de todo néscia,
Só o fogo do Julgamento Final trará a panacéia,
Calcinando o chão e livrando os presos que ele cerra."

XII
Se havia ali alguma ressequida haste de cardo,
Seus colegas não se achavam, e o talo estava decepado.
O que fez aqueles buracos e rasgos no folhado
escuro e duro da bardana, tão machucado
que era impossível pensá-lo regenerado?
Era preciso que um bruto as tivesse pisoteado.

XIII
Quanto à relva, era como o cabelo escasso
Dos leprosos; magras lâminas secas na lama
Que parecia ter por baixo uma sangüínea trama.
Um cavalo cego e rijo, ossos à vista, lasso,
Parava ali, estúpido; havia chegado àquele pedaço:
Rebento que o garanhão do diabo não reclama!

XIV
Vivo? A meu ver poderia muito bem já ter partido,
Com seu pescoço rubro, descarnado e macilento.
E os olhos fechados por sob o pêlo bolorento;
Nunca o grotesco andou à desgraça tão unido;
E jamais senti por criatura ódio tão ardido:
Ele deve ser mau para merecer tal sofrimento.

Espero que comentem. Abraços.

3 comentários:

Unknown disse...

ahuahuahuahu Adorei o texto!!!

Somos apaixonados pela mesma coisa =p
nunca imaginei que me apaixonaria por algo assim no feminino auhhauhauha
Eu queria gostar um pouco menos dela, é um amor muito possessivo, daqueles que se a gente fica um dia sem ver parece que o dia é comprido demais, que querem sua atenção 24 por dia, você tem que fazer seu trabalho em frente a ela...

Mas acho que um dia isso esfria um pouco ou então não né, vai saber...

bjinhus jogador ;*

Luis Teodoro disse...

Que era é essa, né?
Tudo tão intenso, ao passo que tão efêmero.
Eu falando sobre internet é como entrar em um mar de paradoxos, paradigmas, contradições, redundâncias das quais não consigo escapar, uma vez que não sei nadar (bem).

Incrível como ela muda nossa vida, nosso mundo.
E como é bom ter acesso a isso.

Alex, que e-mail é esse?
Nunca ouvi falar!
LOL

Ai, já gostei mais dessa parte da poesia, achei mais tátil, sabe, mais vívido (é uma metáfora! lol).
Mas... por que o arrependimento?

P.S.:Bem inusitado o textinho do blogger, né?
LOL

Ceci disse...

Bom!! aqui estou eu de novo!!! eeeee.....e sobre o post, o que posso falar, acho que eu sou daquela turma da suas primas jajaja...ou não sei, você que tem que falar....quando eu nasci o computador já estava quase por chegar nas casas jajajaj...eu tive o meu primeiro computador, um Comodore 64 da IBM!!!, que custava um monteeeeeeeeeee...(isso falava meu pai jajaja) quando tinha acho que entre 6 e 8 anos...acredita!! eu jogava um jogo de um sapo que pulava pelos crocodilos (acho que era sapo, eu não lembro mais!!!) e xadrez também....todo computador tem jogo de xadrez de certeza neh?
Eu tinha tb aula de computação no colégio, desde os 8 anos, e alí eu aprendia word perfect, D.O.S., e a usar a tartaruguinha verde na tela preta, ela subia, descia, ia para direita e para esquerda jajaja...e coisas que nem lembro, eu usava os controles clear, dir, dir/p nossaaaa como lembrei!
E enfim um monte de coisa mais, logo, quando terminei o colegio, e depois de ter passado por muito programinhas, entre eles um que fazia cartões de aniversário e outras celebrações, eu chegue à universidade, isto em 1996, (não ri!!) ali eu fiz meu primeiro e-mail, eu nem sabia direito para que servia, como ia imaginar que não poderia viver sem ele 11 anos depois....e agora o msn, e tudo em volta de nossos computadores neh?...e daqui a 11 anos como será?, nem imagino msm!!
Seja o que for, espero estar trabalhando jajajaja...beijoooo